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Poucas pessoas notaram a passagem de “Uma Professora Muito Maluquinha” pelos cinemas, que amargou um baixíssimo número de espectadores. Especialistas tentaram justificar o fracasso por conta do relacionamento de Paola Oliveira e Joaquim Lopes, que rendeu certo burburinho em mídias de fofocas. Para quem não sabe, Joaquim Lopes rompeu com a também atriz Thais Fersoza apenas uma semana após se casarem. Pouco tempo se passou e Joaquim já era flagrado com Paola Oliveira. No entanto, a realidade se mostra menos tola. Um filme como “Uma Professora Muito Maluquinha” não é visto porque o seu público-alvo, as crianças, vive em uma geração bem distinta daquela vivida por Cate (Paola Oliveira).

A história se passa numa cidadezinha no interior chamada São João del-Rei na década de 1940 e flagra Cate iniciando sua carreira como professora de uma escola primária. Dona de um carisma e entusiasmo radiantes, Cate oferece uma didática que vão além do que seus pequenos alunos esperavam, o que rapidamente desperta a fúria de suas rigorosas colegas de profissão, tão afeitas a um modelo de ensino ultrapassado e ainda em voga nos dias atuais. Soma-se aí a má fama de namoradeira que Cate tem diante dos mais conservadores, que inclui o padre Beto (papel de Joaquim Lopes), também diretor da escola da cidade e antigo amigo de Cate.
Como autor da obra homônima, Ziraldo escreveu “Uma Professora Muito Maluquinha” com a intenção de fazer crítica a um sistema de ensino que oferece para as crianças uma experiência de aprendizado que mais parece aborrecê-las do que entusiasmá-las. Encaixa-se aí o “aprender brincando” tão pregado por Ziraldo, capaz de transformar uma sala de aula um ambiente aonde todos possam dar asas a imaginação. Como adaptação cinematográfica, “Uma Professora Muito Maluquinha” supera suas fragilidades narrativas sempre que esse espírito de Ziraldo é preservado, surgindo em sequências que se valem especialmente pelo iluminado desempenho de Paola Oliveira, que consegue despertar especialmente no público maduro o quão prazeroso era aquele tempo aonde tínhamos livros, cinema, música, teatro e brincadeiras em sala de aula como ferramentas de conhecimento.
Disponível em: http://cineresenhas.com.br/2012/02/16/uma-professora-muito-maluquinha/. Acesso em: 27 de mai. 2013.
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